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Ocorreu na manhã desta sexta-feira (18) a abertura do II Curso Internacional de Endoscopia Bariátrica, no Fiesta Bahia Hotel. O evento é uma iniciativa  do Instituto Falcão de Endoscopia e Cirurgia (IFEC), e teve como objetivo discutir as experiências globais em inovações cirúrgicas no combate à obesidade e às doenças do trato digestivo. Participam alunos do México, Peru, Bolívia, Equador e Brasil.

A abertura do evento foi realizada pelo médico especialista em cirurgia do aparelho digestivo Marcelo Falcão, responsável técnico do IFEC. Satisfeito com a diversidade dos participantes, o dr. Falcão afirmou que espera que todos os presentes possam se beneficiar do conhecimento partilhado. 

“A cirurgia bariátrica é uma realidade hoje, tanto no tratamento primário da obesidade, quanto nas suas complicações e no processo de ‘reganho’ do peso. Essa relevância é vista aqui na nossa plateia”, avalia. “Com certeza, o curso vai superar nossas expectativas. Nessa manhã, nós trocamos uma visão geral da endoscopia bariátrica no mundo”, conta o médico. 

O evento prossegue pela tarde, com mais palestras de especialistas. O encerramento ocorre amanhã, no sábado (19), no mesmo local. 

 

Endoscopista apresenta experiência mexicana com o balão deglutível

Como parte da programação do II Curso Internacional de Endoscopia Bariátrica,  do Instituto Falcão de Endoscopia e Cirurgia (IFEC), o médico cirurgião Manuel Aceves apresentou a palestra “Balão deglutível: experiência mexicana após 18 meses”. O especialista atua na cidade de Guadalajara, no México, e compartilhou com os presentes os resultados da aplicação do balão deglutível no combate à obesidade. 

O balão intragástrico deglutível é um dispositivo ingerível, que não necessita de intervenção cirúrgica ou endoscópica para ser colocado no paciente. Para ser aplicado, o paciente engole uma cápsula, que estará conectada a um cateter. Após estar devidamente alocado no estômago, o balão é preenchido por um líquido. Além da facilidade da aplicação, o médico Manuel Aceves também destaca a questão da expulsão espontânea deste dispositivo. “Em 98% dos casos, o balão é eliminado por evacuação. Praticamente não há ocorrência de úlceras nos pacientes”, explica. “A frequência de complicações do balão é muito baixa”, completa. 

No entanto, o médico alerta que o uso da técnica requer os mesmos cuidados necessários com intervenções endoscópicas. “Devemos ser muito claros com o paciente, e não oferecer expectativas que não serão cumpridas pelo método. Ele deve ter consciência de que esta é uma ajuda temporária e há um processo que deve ser cumprido para que se possa ter o efeito desejado”. 

Entre as inovações criadas com este método, Aceves destaca o Programa Allurion, da transnacional Allurion Technologies. Além do balão deglutível, o produto é acompanhado por uma plataforma que auxilia no tratamento. Manuel Aceves abordou os resultados do uso do balão Allurion em seus pacientes. No México, até julho deste ano, tivemos 1609 pacientes com este balão. De acordo com nossos resultados, o índice de perda de peso total está em 15,8%, o que é satisfatório”, considera. 

A programação da manhã do primeiro dia do Curso Internacional trouxe apresentações e discussões teóricas sobre o uso de métodos como o balão intragástrico e os clips endoscópicos, além de panoramas gerais sobre a anatomia bariátrica. Esta iniciativa reúne especialistas de diversos países para trocar conhecimentos sobre técnicas endoscópicas utilizadas no combate à obesidade. 

 

Palestra sobre dilatação endoscópica encerra primeiro dia de curso internacional

Inovação e experiência se encontraram no primeiro dia do II Curso Internacional de Endoscopia Bariátrica. O evento, promovido pelo Instituto Falcão de Endoscopia e Cirurgia (IFEC), reuniu especialistas no debate sobre a aplicação de novas tecnologias em intervenções bariátricas. Encerrando o dia de palestras, o médico endoscopista e cirurgião Artagnan Amorim conduziu uma aula sobre a aplicação da dilatação endoscópica.

Conforme explica o Dr. Amorim., a dilatação é um procedimento utilizado em casos de estenose – fechamento dos tubos digestivos; complicação que pode ocorrer como efeito da bariátrica. Ela consiste na inserção de um balão por método endoscópico no paciente, que é posteriormente preenchido e leva ao rompimento da fibra, permitindo a reabertura da passagem. 

Apesar das aplicações possíveis da técnica, Artagnan declara que não há um método único no uso da dilatação. “Não há consenso na literatura sobre a dilatação. Nem há consenso sobre o tempo que se deve permanecer com o balão insuflável, de acordo com cada tipo. Porém, temos vários trabalhos que demonstraram uma efetividade muito grande desta técnica”, assegura. 

“Eu sempre busco observar a evolução do paciente. Em média, ele pode necessitar de três sessões com o balão”, conta o médico, explicando ainda que é necessário cautela no tempo transcorrido entre as dilatações. 

 

Mais atividades

Ao final das palestras, os alunos do curso participaram de oficinas práticas onde puderam performar os procedimentos de endoscopia, aplicação de clips e do balão intragástrico em manequins de prática médica. 

Além do tratamento da estenose, a dilatação endoscópica também pode ser combinada com o uso de anéis de contenção, para atingir o efeito pretendido. Esse tema, e outros como gastroplastia, uso de plasma de argônio e consequências da cirurgia bariátrica, serão abordados no segundo dia do II Curso Internacional, que será realizado neste sábado (19). 

 

Curso internacional de bariátrica encerra com apresentações práticas 

Com uma programação de apresentações teóricas e demonstrações práticas, o II Curso Internacional de Endoscopia Bariátrica deu início a mais um dia de atividades. O evento, organizado pelo Instituto Falcão de Endoscopia e Cirurgia (IFEC), foi realizado entre os dias 18 e 19 de agosto, na sala de eventos do Fiesta Bahia Hotel. Além das abordagens sobre inovações em intervenções bariátricas, os profissionais do IFEC realizaram uma transmissão em tempo real de procedimentos endoscópicos para os alunos. 

As palestras do segundo dia abordaram o consenso  brasileiro e o estado atual das pesquisas sobre gastroplastia e a aplicação de dispositivos como o X-Tack no tratamento de úlceras. O médico endoscopista Victor Galvão compartilhou conhecimentos sobre a utilização do plasma de argônio na endoscopia. 

“Nós sabemos que a cirurgia bariátrica possui uma margem máxima de perda de peso, mas que também há um subsequente reganho de peso dos pacientes”, diz o Dr. Galvão. Ele completa que há pesquisas que relacionam esse fenômeno ao diâmetro da anastomose do paciente (o caminho do canal digestivo que permanece após a bariátrica). 

Nesses casos, pode-se aplicar a técnica do plasma. Conforme demonstrou o médico, o procedimento consiste em uma cauterização em torno do canal anterior ao estômago com o plasma de argônio. O processo inflamatório que sucede a aplicação leva ao estreitamento da anastomose. 

Victor Galvão também reforçou algumas medidas que devem ser tomadas para evitar possíveis malefícios ao paciente. “As complicações são bastante raras nesse procedimento. A primeira coisa é criar uma padronização, é ter um manual de boas práticas para saber exatamente o que se deve fazer. É preciso saber as contraindicações e preparar bem o paciente para aplicar a técnica. É muito importante que o paciente continue com o tratamento multidisciplinar”, completa. 

Encerramento

O período vespertino do último dia do curso contou com mais oficinas práticas. Os profissionais do IFEC realizaram procedimentos de sutura, cauterização com plasma de argônio e introdução de balão spatz com o auxílio de manequins.

Os alunos também ganharam certificados de presença. Espera-se que ocorra uma terceira edição do curso em 2024.